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Movimento alerta para a quebra acentuada na vacinação contra doenças graves

O Movimento Doentes pela Vacinação (MOVA) alertou esta quarta-feira para a quebra acentuada da vacinação contra doenças graves. De acordo com o movimento, a população não está a vacinar-se contra doenças graves como a Pneumonia, face ao “medo e a falta de conhecimento” no âmbito da Pandemia da Covid-19.

“Apesar do Comunicado da Direção-geral da Saúde, ainda durante o Estado de Emergência, que apelava ao cumprimento do Programa Nacional de Vacinação e estabelecia prioridades, a população não está a vacinar-se contra doenças graves. O medo e a falta de conhecimento sobre as consequências dramáticas que podem advir deste absentismo são as principais causas para esta quebra na taxa de vacinação”, alerta o movimento, deixando o apelo que “para que o número de mortes não aumente, é fundamental que se retomem práticas de prevenção. Urge recuperar o tempo perdido e preparar uma eventual segunda vaga de pandemia, apostando na robustez do sistema imunitário de quem está mais fragilizado: pessoas com mais de 65 anos e doentes crónicos”.

A Pneumonia mata em média 16 pessoas por dia em Portugal. “Caso a população não retome rapidamente rotinas como a vacinação contra doenças graves, este número pode aumentar exponencialmente. É imperativo que as pessoas se sintam seguras e confiantes no regresso aos cuidados de saúde. Só assim conseguiremos recuperar o tempo perdido e preparar uma eventual segunda vaga de pandemia”, defende Isabel Saraiva, fundadora do MOVA.

“Embora ainda não haja vacina contra a Covid-19, sabemos que existem muitas outras doenças graves que são preveníveis através de vacinação. Essas, infelizmente, não desapareceram, mas podem, e devem, ser evitadas”, ressalva.

O MOVA entende que “deve ser reforçada a importância da prevenção de outras doenças potencialmente fatais que se podem evitar por vacinação, como é o caso da Pneumonia”.

O movimento considera “urgente” que haja uma comunicação assertiva por parte das autoridades. Explicar à população os riscos que este decréscimo nas taxas de vacinação representa para a saúde pública e preparar infraestruturas e serviços para receber os seus utentes de forma segura, prática e eficaz.

“Sensibilizar a população, sim, mas já com a possibilidade de concretização. Temos de recuperar o tempo perdido e preparar um futuro que ainda é incerto. No caso da Pneumonia, corremos riscos de mortes, morbilidades e sequelas graves. Para quê arriscar?”, continua a fundadora.

Em 2018, a Pneumonia foi responsável 43.4% das mortes por doenças do aparelho respiratório, 5.1% do total de óbitos no país. “A maioria poderia ter sido evitada através de imunização”, diz Isabel Saraiva.

A proteção dos grupos de risco através de imunização tem vindo a ser defendida pelo Movimento Doentes pela Vacinação, especialistas e associações de doentes, que apelam à gratuitidade da vacina contra a Pneumonia para as pessoas com mais de 65 anos, à semelhança do que já acontece com a vacina da Gripe. “No caso da Gripe, os efeitos da gratuitidade são reveladores. Tomemos este bom exemplo e repliquemo-lo com a Pneumonia. Só através da vacinação antipneumocócica poderemos reduzir a média de mortes e internamentos”, conclui Isabel Saraiva.

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