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Custos do Estádio Municipal de Braga já atingiram os 175 milhões de euros

O Estádio Municipal de Braga poderá ter um custo final de 192 milhões de euros para o Município. Os números constam num relatório apresentado esta segunda-feira por Ricardo Rio. Até à data, os custos já atingiram mais de 175 milhões de euros.

Elogiando o trabalho dos serviços municipais, que realizaram um exercício de sistematização da informação contabilística que deu origem ao relatório, Ricardo Rio referiu que, com este documento, é possível separar o custo direto de construção do estádio dos restantes custos para a sua concretização – como o projeto ou a aquisição dos terrenos que, não sendo contabilizados como custos de construção, são “valores incontornáveis que devem ser imputados ao custo final do estádio”.

“É importante explicar aos bracarenses de quanto dinheiro estamos a falar. Estes números revelam que o Estádio Municipal custou mais que o Hospital Central e mais 1,5 vezes que o Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL). O que se gastou no Estádio dava para intervir 10 vezes na variante do Cávado e no Nó de Infias; representa 15 vezes o que se gastou no Altice Forum Braga; mais de 30 vezes o valor que iremos gastar no Mercado Municipal ou até mesmo 50 vezes o valor gasto na requalificação do Parque Desportivo da Rodovia”, sustentou Ricardo Rio, defendendo que esta é “uma relação de valores completamente esmagadora” e que não há maneira de “ficar insensível à dimensão desproporcionada deste investimento em contraponto com o benefício aos bracarenses”.

Custos diretos de construção representam 152 milhões de euros

Só na componente direta da construção, a infra-estrutura representou um custo superior a 152 milhões de euros – quando o valor inicialmente previsto era de 65 milhões. Os números, dados a conhecer durante a Reunião de Executivo Municipal, explicam detalhadamente todas as parcelas relativas aos custos inerentes ao Estádio Municipal.

“Numa lógica de lealdade política e de total transparência e responsabilidade, temos de perceber que quando falamos nos 65 milhões de euros que foram apresentados como estimativa inicial, e que derrabaram para mais do dobro, esse número é referente apenas à construção e não ao custo total do estádio”, explicou Ricardo Rio.

Estes 152 milhões de euros dizem respeito às verbas inerentes à construção do Estádio Municipal e infra-estruturas de apoio – não incluindo o conjunto das verbas relativas à componente do Parque Norte -, assim como às sentenças em que o Município tem sido visado e que dizem respeito a trabalhos a mais de construção.

Em relação aos processos jurídicos, existe uma primeira sentença de 4 milhões de euros que já está a ser paga e outra componente dessa mesma sentença que ascende a mais um milhão de euros. Existe ainda o valor que irá ser apurado de uma segunda sentença em que o consórcio reivindica cerca de 10 milhões de euros de trabalhos a mais.

“Fatura final” pode ascender aos 192 milhões de euros

Os números acima referidos fazem apenas referência à parte da construção do estádio. A esta componente, acrescenta-se o projeto e os honorários do arquiteto já pagos (mais de 4 milhões) e os reivindicados (mais 2,6 milhões acrescidos de juros de 2006) – que já teve decisão favorável no tribunal com o Município a interpor recurso -, a aquisição dos terrenos do Parque Norte (5 milhões de euros), cujas expropriações acabaram por custar 10 vezes mais que a proposta inicial e os juros dos empréstimos bancários (25 milhões de euros).

Tudo somado, e adicionando estas três componentes ao custo direto de construção, o Estádio Municipal já custou mais de 175 milhões de euros, faltando ainda somar o que vier a ser apurado nas sentencias judiciais e com os devidos juros. Esses valores poderão ultrapassar os 11 milhões de euros e a estes terão de se somar os custos financeiros finais que serão suportados pelo Município até ao final do empréstimo. “No pior dos cenários e a contar todas as parcelas, o custo do Estádio pode ultrapassar os 192 milhões de euros”, adiantou Ricardo Rio.

O autarca rebateu ainda a questão de que “sempre votou a favor da construção do estádio” quando era vereador na oposição, explicando que a informação que dispunha na altura eram os números da estimativa inicial. “Sempre me mostrei contra o modelo utilizado para a construção do novo estádio. A obra foi contratualizada com base num valor e, na altura, o PSD sufragou um modelo de projeto que apontava para um determinado custo. Esse custo foi derrapando e muitos destes agravamentos nem sequer foram alvo de escrutínio no Executivo Municipal”, apontou o autarca, acrescentando que “ninguém pode apontar responsabilidades à oposição da altura pela maneira como a obra foi mal gerida”.

O relatório completo está disponível para consulta no site do Município em: http://bit.ly/RelatorioEstadioMunicipal.

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