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Braga vai ter uma nova ETAR

A cidade de Braga vai ter uma nova ETAR, anunciou hoje João Matos Fernandes, ministro do Ambiente e da Transição Energética, durante a cerimónia de apresentação dos novos autocarros elétricos. A construção da nova ETAR vai ter um investimento aproximado de 21 milhões de euros, com um financiamento de 9 milhões.

Em comunicado, a Autarquia de Braga explica que “este é um investimento que a AGERE e o Município  têm como prioritário, tendo iniciado este processo em 2015, pois permite aumentar a resiliência do sistema, bem como o reforço substancial da capacidade de tratamento instalada, e ainda pela divisão dos caudais de descarga em duas bacias, mantendo-se, no entanto, a interligação entre os sistemas, permitindo corrigir definitivamente os problemas atuais existentes”.

O objetivo do investimento a concretizar passa pelo reforço do sistema de tratamento de águas residuais do concelho de Braga, conseguindo-se com a construção da nova ETAR de Vale de Este, que drenará para uma outra bacia, a bacia hidrográfica do rio Ave, e terá capacidade de tratamento dos efluentes de cerca de 180.000 habitantes equivalentes, e assim irá eliminar as atuais descargas indevidas, constituindo em conjunto com a ETAR de Frossos, a garantia de capacidade de tratamento e de descarga necessárias para o cumprimento da Diretiva Águas Residuais Urbanas no respetivo sistema.

Com esta nova ETAR serão obtidos benefícios ambientais e de saúde pública, permitindo não só tratar convenientemente as águas residuais do sistema da cidade de Braga, com um impacto no sistema sensível onde se encontra, mas também permitir dividir a descarga de caudais entre as 2 bacias hidrográficas (Cávado e Ave) com inevitáveis benefícios ambientais.

“Nestes termos, e de modo a contribuir para a resolução da actual situação, de forma urgente e inadiável no concelho de Braga, justifica-se a abertura do presente Aviso-Convite, para apresentação de candidatura relativa à construção da nova ETAR de Vale de Este, para redução da poluição no sistema do rio Cávado, visando contribuir de forma mais resiliente e sustentada para o cumprimento da Diretiva Comunitária e da legislação nacional relativa ao tratamento de águas residuais urbanas”, ressalva a Autarquia.

Para a AGERE, apesar dos elevados investimentos de ampliação e reabilitação realizados na ETAR de Frossos ao longo dos anos, esta apresenta, nas atuais condições de afluência, “sérias limitações operacionais”. “Verifica-se que a ETAR de Frossos atingiu já o seu horizonte de projeto, quer ao nível de caudais como de cargas poluentes, tendo-se inclusive em determinados períodos superado as condições de dimensionamento pois não permite encaixar picos de caudal de resultam de condições de pluviosidade, o que gera impactos no meio receptor. Para colmatar as fragilidades detetadas, e uma vez que a ETAR se encontra em risco eminente de entrar em incumprimento, apresentamos um projeto, agora aprovado, para proceder à construção de uma nova ETAR, denominada por ETAR do Este, na bacia do rio Este”, refere a Empresa Municipal.

Esta estratégia de atuação permite aumentar a resiliência do sistema, quer pelo reforço substancial da capacidade de tratamento instalada, quer pela divisão dos caudais de descarga em duas bacias, mantendo-se, no entanto, a interligação entre os sistemas.

A construção de uma ETAR no vale do rio Este tem como objetivo assegurar a proteção do ambiente em geral dos efeitos nefastos das descargas das águas residuais urbanas, contribuindo para a melhoria da qualidade das massas de água, na medida em que assegurará que a ETAR de Frossos operará dentro das suas condições ideais de tratamento, e que as águas descarregadas na Ribeira de Panoias cumprirão os exigentes requisitos ambientais impostos pela Tutela.

A criação de capacidade incremental de tratamento de águas residuais no Município de Braga, para além do contributo para a melhoria da qualidade das massas de água, incentivará o esforço de aumento da taxa de adesão à rede de saneamento, ainda insuficiente no Município, permitindo ainda acomodar efluentes provenientes do crescimento populacional expectável.

A ETAR do Este será equipada com tratamento secundário para remoção de carga de carbono presente no efluente, detendo ainda a capacidade de oxigenação necessária à ocorrência dos processos de nitrificação e de desnitrificação. Em acréscimo, será ainda dotada de desinfeção, garantido um tratamento mais avançado que o secundário. A construção desta ETAR pressupõe a instalação de uma câmara repartidora de caudais que permitirá a divisão hidráulica, que introduzirá flexibilidade no sistema de drenagem e tratamento, e ainda a construção de um emissário de DN1000 com cerca de 3,7 km.

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